O cheiro da morte sufocava-me. Meu corpo estremecia, como nunca antes. O medo me dominava, suplicava a meus músculos que me levassem para longe. Mas havia como fugir? Depois vieram as lágrimas, que desciam incessavelmente pelo meu rosto. Eram sinais que eu havia sobrevivido. Sobreviver. Ser apenas um que respira, entre tantos outros que abandonaram a vida. Eu nunca desejara pronunciar essa palavra.
Meus olhos procuravam vertinosamente, algum lugar seguro. Algum lugar em que eu pudesse ceder á dor. A guerra havia acabado. Porque eu ainda me sentia tão ameaçada por ela? Talvez porque eu perdi tudo o que eu tenho e não sou capaz de digerir essa ideia. Hogwarts é o meu único lar. Ou era, pelo menos. Por mais que eu sempre fui meio invisível por lá, encontrei pessoas que gostam de mim pelo o que eu sou. Limpei minhas lágrimas com as mãos, retirei minha desgastada máquina fotográfica da pequena bolsa que estava em meus ombros e fotogrfei uma das ruínas que sobraram do meu pequeno paraíso.
Decidi então que retrataria cada pedaço que ainda restava do terreno de Hogwarts. Eu não fazia a mínima ideia de se seria possível terminar a escola, com tudo destruído dessa maneira. Adentrei o castelo, tomando cuidado para não tropeçar nos destroços. Havia pessoas machucadas procurando por cura, famílias desoladas por perdas. A que mais me chamou atenção foi os Weasley, lamentando a perda de Fred Weasley, um dos gêmeos. Eu não os conhecia, nunca fui muito sociável com alunos de outras casas ou que estivessem fora do bando de minha irmã mais velha, mas senti um aperto em meu coração ao vê-los sofrendo daquela maneira. Tirei discretamente uma foto e tive a impressão que Hermione Granger, a então namorada de Ronald Weasley e melhor amiga do Garoto-Que-Sobreviveu percebeu a minha pequena invasão de privacidade e não hesitou em me mandar um olhar de censura e eu saí, sem mesmo atender a minha vontade de ir falar com eles. Fui até o refeitório. As mesas estavam reviradas e tudo parecia tão vazio... Entrei na cozinha e assustei-me ao notar que não havia um só Elfo-Doméstico pronto para me receber. Fotografei em silencio o resto do castelo, perdida em meus pensamentos. Passei por todos os salões Comunais, já que nenhum necessitava de senhas para entrar naquele momento.
Eu já estava fora do castelo quando me lembrei de que existia um lugar que eu não tinha ido. A Floresta Proibida. Sempre fui muito responsável e por isso nunca quebrei a explícita regra de não visitá-la, mas dessa vez não resisti. E se eu não pudesse voltar? Fui correndo, ignorando alguns de meus colegas que me encaravam com espanto, até deparar-me com a pequena cabana de Hagrid, o ex-Guarda-Caça e professor de Trato de Criaturas Mágicas. Ela parecia meio deslocada por estar excluída do resto do castelo e não estar ao meio da floresta, mas ainda tinha certo charme para mim. Sou apaixonada por antiguidades e por originalidade, e a casinha ganhava pontos nos dois quesitos. Sorrindo, tirei uma foto e segui o meu plano inicial.
A floresta era sombria e escura, do modo que eu imaginava, mas eu não fazia ideia de que me provocaria tanto medo. Caminhei lentamente e fotografei alguns centauros de longe e a paisagem formada pela vegetação. Avistei algo se mexendo detrás de um pequeno arbusto, perto de uma árvore. Arfei e pulei para trás, tomada pelo medo de ser um bicho ou alguém que pudesse me ferir, como um dementador, ou até um Comensal da Morte que resistiu a batalha. Mas, me surpreendi com o que avistei. Encostado no tronco de uma grande árvore e sentado no chão estava um garoto de cabelos loiros-claros , olhos azuis e uma pele perfeita: Draco Malfoy, que apresentava um sorriso sarcástico nos lábios, mas incapaz de camuflar os olhos vermelhos e o rosto marcado por lágrimas.
- Afinal, Greengrass, você é ou não uma bruxa? – ele perguntou, analisando-me de cima a baixo.
Olhei-o confusa – Você sentiu que poderia ter alguma ameaça por trás desse arbusto e simplesmente deu um passo para trás? Esqueceu da existência de sua varinha? Ou acha que esse instrumento trouxa em sua mão poderia protegê-la do perigo? – ele explicou, o que fez eu me sentir estúpida. Realmente, eu deveria ter minha varinha em punhos.
- É bom ver você também, Malfoy – respondi simplesmente
- O que lhe traz aqui? Você faz ideia do perigo que essa floresta pode te proporcionar?
- Eu sei me defender tão bem quanto você e eu só estava tirando algumas fotos, nada de mais.
- E por que escolheu esse lugar tão obscuro para retratar?
- Não sei ao certo – dei um meio sorriso – gosto de lugares desconhecidos – como eu sabia que ele não iria me convidar, sentei ao seu lado sem dizer uma única palavra.
- E você encontrou algo surpreendente?
- É, acho que sim. O que traz você aqui, Malfoy? – perguntei, encarando-o e por um segundo perdendo-me naqueles olhos azuis que escondiam tantos segredos. Ele sorriu
- Por que eu deveria lhe contar os meus motivos, Greengrass? – O puro-sangue disse, sendo rude, como se eu estivesse ofendendo-o
- Você não deve fazer nada, só estou querendo ajudar – tentei não demonstrar o desapontamento que eu senti por ele me tratar daquela maneira – Mas se você não quer minha ajuda – dei os ombros. Voltei a ligar a minha máquina fotográfica e dessa vez capturei imagens do céu coberto por nuvens cinzentas. Após um tempo, o sonserino resolveu quebrar o silêncio.
- Você está certa, me perdoe Astoria – o encarei,franzindo o cenho, confusa por agora ele dizer meu primeiro nome – é que eu acredito que minha alma é demasiada obscura para dividir com alguém tão pura como você. É por isso que não respondi a sua pergunta anterior de imediato, eu estou aqui porque me identifico com a escuridão – Malfoy olhou discretamente para o lado, mas pude perceber lágrimas escorrendo pelos seus traços rígidos. Fiquei sem reação, deveria abraçá-lo? O que fazer para reconfortá-lo?
- Tenho certeza que sua alma não é assim, Draco – mordi o meu lábio inferior. Ele ouvia as minhas palavras? – pode ser que você tenha sido tomado pelas trevas, mas isso não quer dizer que você não seja capaz de ser bom novamente. Você se arrependeu, não foi? Só de você desejar mudar, já é um bom inicio.
- Você acha? Você realmente pensa que eu posso mudar? – ele lançou-me um olhar suplicante.
- Eu tenho certeza, Draco. Nós temos livre-árbito, podemos fazer as nossas escolhas. E agora que você está livre das ameaças de Lord Voldemort – pude senti-lo estremecer ao ouvir aquele nome – você tem o direito de escolher entre o bem e o mal. Só se trata do que você deseja – sorri
- Você me ajuda – ele respirou fundo – você me ajuda a mudar, Astoria? Dessa vez eu quero o bem, cansei de causar sofrimento as pessoas. Cansei de estar sozinho.
- É claro que sim, Draco – sorri – não vai ser exatamente o que eu chamo de fácil, porque não temos como apagar tudo o que aconteceu, mas eu vou ser sua amiga, tudo bem? Vou estar com você, já que nesse momento, eu também me encontro sozinha. Ele me olhou confuso.
- E Daphne?
- Minha irmã? Eu estou farta dela, sabe? Eu já não agüento mais ter que viver na sombra da Daphne, de andar com as amigas ridículas dela e de me comportar como uma Sonserina imatura. Eu não sou o tipo de garota que gosta de desrespeitar os outros ou de se achar superior – ele sorriu – eu quero ter amigos de verdade, quero contar aos meus filhos as aventuras que vivíamos, o quanto éramos felizes - eu ri, imaginando a cena.
- Então vamos ser melhores amigos? – ele riu
- Draco Malfoy e Astoria Greengras? Melhores amigos? – ri também
-Sinceramente, vamos fazer o que você deseja? Vamos ajudar um aos outros e fazer o que melhores amigos fazem? – eu pude ver o brilho nos olhos dele.
- E o que melhores amigos fazem? – perguntei, com um sorriso verdadeiro no rosto.
- É bom ver você também, Malfoy – respondi simplesmente
- O que lhe traz aqui? Você faz ideia do perigo que essa floresta pode te proporcionar?
- Eu sei me defender tão bem quanto você e eu só estava tirando algumas fotos, nada de mais.
- E por que escolheu esse lugar tão obscuro para retratar?
- Não sei ao certo – dei um meio sorriso – gosto de lugares desconhecidos – como eu sabia que ele não iria me convidar, sentei ao seu lado sem dizer uma única palavra.
- E você encontrou algo surpreendente?
- É, acho que sim. O que traz você aqui, Malfoy? – perguntei, encarando-o e por um segundo perdendo-me naqueles olhos azuis que escondiam tantos segredos. Ele sorriu
- Por que eu deveria lhe contar os meus motivos, Greengrass? – O puro-sangue disse, sendo rude, como se eu estivesse ofendendo-o
- Você não deve fazer nada, só estou querendo ajudar – tentei não demonstrar o desapontamento que eu senti por ele me tratar daquela maneira – Mas se você não quer minha ajuda – dei os ombros. Voltei a ligar a minha máquina fotográfica e dessa vez capturei imagens do céu coberto por nuvens cinzentas. Após um tempo, o sonserino resolveu quebrar o silêncio.
- Você está certa, me perdoe Astoria – o encarei,franzindo o cenho, confusa por agora ele dizer meu primeiro nome – é que eu acredito que minha alma é demasiada obscura para dividir com alguém tão pura como você. É por isso que não respondi a sua pergunta anterior de imediato, eu estou aqui porque me identifico com a escuridão – Malfoy olhou discretamente para o lado, mas pude perceber lágrimas escorrendo pelos seus traços rígidos. Fiquei sem reação, deveria abraçá-lo? O que fazer para reconfortá-lo?
- Tenho certeza que sua alma não é assim, Draco – mordi o meu lábio inferior. Ele ouvia as minhas palavras? – pode ser que você tenha sido tomado pelas trevas, mas isso não quer dizer que você não seja capaz de ser bom novamente. Você se arrependeu, não foi? Só de você desejar mudar, já é um bom inicio.
- Você acha? Você realmente pensa que eu posso mudar? – ele lançou-me um olhar suplicante.
- Eu tenho certeza, Draco. Nós temos livre-árbito, podemos fazer as nossas escolhas. E agora que você está livre das ameaças de Lord Voldemort – pude senti-lo estremecer ao ouvir aquele nome – você tem o direito de escolher entre o bem e o mal. Só se trata do que você deseja – sorri
- Você me ajuda – ele respirou fundo – você me ajuda a mudar, Astoria? Dessa vez eu quero o bem, cansei de causar sofrimento as pessoas. Cansei de estar sozinho.
- É claro que sim, Draco – sorri – não vai ser exatamente o que eu chamo de fácil, porque não temos como apagar tudo o que aconteceu, mas eu vou ser sua amiga, tudo bem? Vou estar com você, já que nesse momento, eu também me encontro sozinha. Ele me olhou confuso.
- E Daphne?
- Minha irmã? Eu estou farta dela, sabe? Eu já não agüento mais ter que viver na sombra da Daphne, de andar com as amigas ridículas dela e de me comportar como uma Sonserina imatura. Eu não sou o tipo de garota que gosta de desrespeitar os outros ou de se achar superior – ele sorriu – eu quero ter amigos de verdade, quero contar aos meus filhos as aventuras que vivíamos, o quanto éramos felizes - eu ri, imaginando a cena.
- Então vamos ser melhores amigos? – ele riu
- Draco Malfoy e Astoria Greengras? Melhores amigos? – ri também
-Sinceramente, vamos fazer o que você deseja? Vamos ajudar um aos outros e fazer o que melhores amigos fazem? – eu pude ver o brilho nos olhos dele.
- E o que melhores amigos fazem? – perguntei, com um sorriso verdadeiro no rosto.
Continuaaa !
ResponderExcluir