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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Apenas um sorvete...


POV PERCY


Havia acabado de tirar a carteira de motorista e corri para casa para pegar o carro de Paul emprestado. Não é como se eu nunca tivesse dirigido fora da Auto Escola, mas agora eu não precisava mais evitar postos policiais, o que era um sorte já que tinha um bem na frente do internato que Annabeth estava estudando.
- Cabeça de Algas! – Ela me saudou pulando em meu pescoço assim que abriu a porta de seu dormitório, se não fosse a maldição de Aquiles nós dois teríamos caído no chão.
- Ei, Sabidinha!
- O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou estreitando os olhos, mas sem conseguir esconder a felicidade.
- Não me quer aqui? – perguntei com falso tom ofendido – Tudo bem, vou embora, já entendi...
- Deixa de ser chato, Percy! – Annabeth disse segurando meu braço para que eu não fosse embora. – É que faz muito tempo que você não vem aqui.
- Auto Escola – expliquei franzindo o nariz. Quem podia imaginar que existissem tantas regras no trânsito?
- É bom que você passe nesse teste, Cabeça de Algas – Ela ameaçou apontando o dedo para meu peito – senão foi um desperdício de tempo eu ter ficado mofando aqui sem notícias suas.
Mostrei minha recém adquirida carteira de motorista sorrindo – Vamos dar uma volta?
- Foi mal, Percy, eu tenho que estudar – Ela me deu um selinho e começou a fechar a porta. Coloquei o pé na frente impedindo a porta de se fechar.
- Ah, Sabidinha! Pensa bem, você tem dislexia e prefere ficar lutando contra os livro do que ir tomar sorvete com seu namorado bonitão?
- Exibido – Ela riu.
- Mas não é verdade? Tem uma sorveteria nova perto do Central Park.
- Eu ainda tenho que estudar.
- Você nem precisa estudar! Você é muito inteligente, vai tirar total na prova de qualquer maneira – Há! Ótima ideia, agora ela vem comigo.
- Boa tentativa, mas a professora tá de marcação comigo.
Fiz cara de cachorro abandonado, a imagem do Rio Estige veio à minha cabeça. Me lembrei de sonhos que não realizados flutuando ao lado do barco de Caronte. Eu sei que estou exagerando, mas eu e Annabeth já tínhamos combinado a um tempo que assim que eu tirasse a carteira de motorista iríamos dar uma volta. Ela deve ter ficado com dó de mim, porque passou a mão pelo meu rosto e disse:
- Você acha mesmo que eu prefiro ficar aqui estudando a sair com você?
- Então vamos tomar sorvete! – a peguei no colo como a um bebê e saí correndo. Ela soltou um grito de indignação que se transformou em uma gargalhado enquanto eu corria pelos corredores gritando que a tinha sequestrado.
- Onde fica a saída desse lugar? – perguntei a colocando no chão.
- Para lá – ela apontou para onde tínhamos vindo – Do outro lado do colégio.
- Então corri com você no colo esse tempo todo a toa? Porque não me avisou?
- Para ver a sua cara quando descobrisse isso.
- Eu sei que na verdade você só estava aproveitando ficar no meu colo! – Provoquei. Seu rosto ficou extremamente corado e me deu um tapa no braço.
- Annabeth! – uma menina ruiva e baixinha chegou ofegante atrás de nós. – Você sai para atender a porta e é sequestrada! Isso é o cúmulo, já não basta esse monte de coisas esquisitas que sempre acontecem com você? Olha, eu não vou poder ficar sempre correndo atrás de você.
- Nossa, você nem respirou para falar tudo isso! – exclamei assustado.
- Devolve minha amiga! – Ela disse apontando uma caneta esferográfica para minha cara como se fosse Contracorrente, me segurei para não rir – Ela tem um namorado fortão que vai acabar com você! – Fiz o possível para segurar a risada – Não acredita em mim? Vou ligar para ele!
Ela estava com o celular da Annabeth na mão, discou um número na discagem rápida e meu celular começou a tocar no meu bolso.
- Você sequestrou o namorado dela também! – a ruivinha exclamou horrorizada.
Não pude segurar a risada dessa vez e a menina que mais parecia um cotonete para gafanhoto me olhou como se eu fosse um louco homicida.
- Você pode estar com o namorado dela, mas aqui na escola está cheio de caras fortões que viriam correndo ajudar a Annabeth.
Pude sentir os cantos da minha boca se curvarem para baixo, a ruivinha sorriu vitoriosa achando que tinha me intimidado com esses carinhas idiotas, metidos a machão, retardados que não diferenciam a própria cara de sua bunda!
- Mary... – começou Aannabeth.
- Nem precisa me agradecer, não ia deixar esse ninfomaníaco tocar em você.
- Mary, ele é meu namorado. – Annabeth falou respirando fundo controlando a raiva e a impaciência.
Mary chegou mais perto de mim me examinando e por fim um olhar de compreensão atravessou seu rosto.
- É mesmo! O garoto da foto da sua cabeceira!
Ela reparou que estava encrencada com Annabeth, que ficava cada vez mais vermelha, e saiu de fininho. Cruzei os braços e a encarei.
- Então, como vão os seus seguidores fortões que vão me espancar? – perguntei.
- Percy, ela só estava blefando! – falou segurando meu rosto entre suas mãos – E você sabe que eu nunca te trairia! Sinto pena do garoto que tentar me agarrar a força.
Aproximei nossos rostos e a beijei como a muito tempo queria fazer. Suas mãos que estavam no meu rosto passaram para minha nuca passei meus baços pela sua cintura a puxando para mais perto de mim. Quando finalmente nos separamos Annabeth estava descabelada, corada, ofegante e com os olhos brilhando.
- Então... Você tem uma foto minha na sua cabeceira. – Falei sorrindo.
- Ah, seu idiota! – Ela falou dando um tapa no meu braço que não doeu nem um pouco, só me fez rir dela – Para de rir desse jeito! Eu também tenho fotos da Thalia, Grover e Luke!
Pela segunda vez em poucos minutos uma onda de ciúmes me invadiu. Censurei-me ao perceber que estava com ciúmes de um morto! Estava sendo irracional.
- Já disse que você é muito ciumento?
- Não sou não – Falei fazendo bico. Ela me deu um selinho.
- E nem adianta tentar me enganar, Sabidinha – Falei sorrindo marotamente – Sei que a minha foto é a que você mais olha.
Sua resposta foi revirar os olhos, mas pude perceber que corou.
- Então não vou parecer muito idiota te mostrando isso – Peguei uma foto dela que estava no bolso interno do meu casaco e Annabeth corou tanto que pensei que sua cabeça fosse explodir, mas ao invés disso jogou seus braços pelo meu pescoço e me beijou.
- Agora você vai tomar sorvete comigo? – Perguntei quando nos separamos.
- Vou sim, agora você me convenceu.

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