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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Outra fic de Sadie e Anúbis...


O Conto de Sadie
Era um dia nublado, cinzento. Eu estava sozinha no meu quarto, ouvindo o som no último volume. Carter tinha ido visitar nosso tio Amós no Primeiro Nomo, no Egito, mas todos sabem que quem ele quer ver mesmo é Zia. Bastet tirou o dia de folga, disse que queria se distrair um pouco, e, depois que ela disse isso, fiquei até com medo do que ela fosse aprontar, mas como ela é uma deusa decidi que não deveria me preocupar. A maioria dos aprendizes estava de férias com a família e a mansão estava um tanto quieta. Decidi sair e dar uma volta porque estava muitoentediada. Calcei meus coturnos, vesti minha jaqueta de couro nova (a outra estava ficando um pouco pequena, afinal magos também crescem) que é preta, arrumei meus cabelos que estavam com mechas roxas e fui caminhar pela cidade. Olhei para Manhattan e pensei ter visto algo acima do Empire State, mas nem liguei pra isso, afinal, Manhattan não é um bom lugar para magos. Nunca entendi o porquê, mas achava melhor não arriscar e estragar um dia em que ninguém havia tentado fazer picadinho/churrasquinho de Sadie, e isso é raro.
Estava andando, pensando em minhas amigas Liz e Emma e nas coisas que aprontávamos na escola. Pensei nos meus pais e me senti triste. Eu sei que convivi pouco tempo com minha mãe e que quase não via meu pai, mas isso não muda o fato de que sentia falta deles. Isso me fez lembrar de Anúbis e conseqüentemente de Walt. Estava triste quanto a Walt e totalmente confusa quanto àquele chacal idiota. Devia estar com uma cara tão ridícula que faria Liz e Emma se sentirem muito orgulhosas. Walt havia se aproximado mais de mim nos últimos meses, mas eu não sabia o que fazer por conta da minha confusão quanto Anúbis. Já Anúbis eu não via desde que despertamos Rá, o que já fazias alguns meses. Passei perto de um cemitério e pensei naquele chacal bobo. Estava quase indo embora quando percebi que o cemitério estava diferente: névoa, lápides brilhando. Era Anúbis.
–- Boa tarde Sadie – disse Anúbis.
Meu coração quis pular de alegria, mas tentei manter a dignidade.
–- Boa tarde senhor deus do papel higiênico.
Achei que ele ficaria zangado, mas simplesmente riu.
–- Irritante como sempre – ele disse
–- Só com quem merece – respondi. – Então... O que você está fazendo aqui?
–- Estou apenas aproveitando o tempo livre visitando Nova York. E a senhorita? O que faz andando sozinha pelas ruas da cidade?
Ele disse isso depois estendeu a mão para que eu a segurasse, o que provavelmente fez meu rosto ficar vermelho, mas eu a segurei e ele me conduziu a um velho banco do cemitério. Nós nos sentamos e eu respondi a pergunta dele:
–- Estava fazendo a mesma coisa que você, me senti entediada e resolvi dar uma volta.
–- Compreendo. E como vão os aprendizes? – ele perguntou.
–- Muito bem. Felix está menos obcecado por pingüins. E Walt foi passar as férias com a família.
Quando falei de Walt, Anúbis ficou uma expressão triste, como se sentisse um grande pesar. Pensei que ele fosse falar alguma coisa sobre Walt, mas ele simplesmente me olhou e disse:
–- Às vezes acontecem coisas que os mortais não entendem Sadie, mas é só esperar um pouco que a resposta virá a você.
Sorri, depois me arrependi, senti que estava fazendo papel de boba.
–- Meus pais têm falado sobre Carter e mim? Quer dizer, faz tanto tempo que não falamos com eles que parece que nos esqueceram.
–- Seus pais sempre falam sobre vocês, eles jamais os esqueceriam. Eles sentem muito orgulho do que vocês têm feito no vigésimo primeiro nomo. E também contam histórias engraçadas de quando vocês eram menores.
Quando ele disse isso pensei em histórias vergonhosas da minha infância e quase senti raiva de meus pais, mas me sentia muito feliz por eles sentirem orgulho de nós. Eu ia perguntar a ele como andava a batalha contra Apófis no Duat, mas antes que pudesse fazê-lo Anúbis se levantou e me levou a ficar de pé.
–- Sadie, preciso ir agora. Foi uma boa conversa a que tivemos espero que possamos conversar novamente em breve. Até mais Lady Kane.
Ele segurou minha mão e a beijou, depois sumiu na névoa. Eu me sentei novamente no banco olhei para o céu cinzento e depois pensei: Até que não foi um dia tão ruim. Até a próxima menino chacal.

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